"Não é na resignação,mas na rebeldia em face das injustiças que nos afirmaremos." ( Pedagogia da autonomia)

sábado, 10 de julho de 2010

Daniele de Souza Santos
Fabiana de Souza Ferreira
Iraci Sabino de Carvalho
Jonathan de Carvalho Santos
Katia Aparecida Muniz

Educação de qualidade – um direito de todos?
As reformas educacionais implantadas para a adequação do sistema escolar às necessidades das mudanças sociais ocorrem insistentemente. O projeto “Mais educação”, que visa a ampliação da jornada escolar, é um exemplo disso. Nele a criança deve “habitar” o espaço educacional em tempo integral, e ter suas necessidades atendidas. Discutir os meios pelos quais é possível chegar ao bom resultado, aquele que irá contribuir para a emancipação dos alunos, é papel das instituições comprometidas verdadeiramente com a educação de qualidade.
Partindo da perspectiva da lei, temos segundo Ana Maria V. Cavaleri, que:
“Da mesma forma, nas leis brasileiras, surge a tendência ao aumento do tempo e das responsabilidades escolares. Diz a LDB (1996) que a jornada escolar no ensino fundamental será de pelos menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliada para o tempo integral,associada a programas suplementares de alimentação, assistência à saúde, material didático-escolar e transporte.” (Cavaleri,2009)
Nesse sentido deve-se questionar essa transformação no campo educacional. Os objetivos propostos são adequados à realidade? O que se tem feito para que projetos como o citado acima não caiam no assistencialismo? Partindo desse ponto podem-se verificar as questões que vão permear a avaliação do sistema educacional, o que implicará em qualidade. Esta segundo José Carlos Libânio pode ser vista sob dois aspectos:
• Qualidade no sentido administrativo, a total – “Aplicada ao sistema escolar e às escolas, a qualidade total tem como objetivo o treinamento de pessoas para serem competentes no que fazem dentro de uma gestão eficaz de meios,com mecanismos de controle e avaliação de resultados,visando atender os imperativos econômicos e técnicos.
• Qualidade no sentido educativo mais humano, a social: “Educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos,” a inserção no mundo do trabalho “ constituição da cidadania,tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.”
Os processos educacionais que temos hoje em nossa sociedade devem ser analisados sob o olhar da qualidade social uma vez que o objetivo maior é a construção de um ser social emancipado. Através disso pode-se verificar qual é o caminho que se tem traçado, o que realmente se oferece às nossas crianças e jovens. Mais ainda: temos melhorado a qualidade oferecendo condições para manter a ordem social ou para transformar o quadro existente?
De acordo com o sociólogo Pedro Demo, todo ser humano é dotado de qualidades, e o diferencial de outros seres vivos é o aperfeiçoamento desse desenvolvimento das qualidades. E o destaque aqui é fazer-se notar por essa qualidade, tornando-se diferente dos outros. A educação entra aqui no sentido de aperfeiçoar essa qualidade no sentido de construção do individuo.
O sociólogo distingue dois tipos diferentes de qualidade: a formal e a política. A qualidade formal abraça todos os mecanismos que levam a aquisição do conhecimento e a sua importância. Já a qualidade política diz respeito a aplicação desse conhecimento no meio social, visando o bem comum e com certas características que lhe são atribuídas e que se colocadas em práticas seria o sonho de todo educador, que são elas:
O bom desenvolvimento de conhecimentos e habilidades já na segunda infância, onde esses conhecimentos, procedimentos e valores começam a ser trabalhados e os inserindo em um novo mundo, já que surgem as primeiras diferenças de convívio e relacionamento.
Quando o conceito de responsabilidade começa a ser desenvolvido e trabalhado, é possível reconhecer indivíduos com capacidade de liderança e capaz de tomar decisões pelo grupo em que está inserido.
A cultura escolar abraçando outras culturas e caminhando juntas para uma integração intercultural e comunitária. O aperfeiçoamento dos ideais humanistas, já que houve uma preparação e um trabalho específico no desenvolvimento dessas qualidades morais que envolvem uma sociedade. Ter uma escola com um bom aparelho físico, uma equipe pedagógica trabalhando em prol da comunidade escolar, com seus professores motivados e bem remunerados.
A igualdade quanto ao atendimento escolar é uma das maiores dificuldades para se estabelecer a qualidade social. Sabemos que todos têm direito a educação, tornando assim possível desenvolver parâmetros de desempenho nas dimensões da educação (cognitiva, física, moral, etc.), mas não conhecemos profundamente as dificuldades escolares gerais ou especificas de alguns alunos com necessidades particulares.
O autor mostra com o exemplo de várias características que para se obter uma educação escolar de qualidade depende da execução de vários objetivos e estratégias. A reorganização e a democratização da organização da escola não resolvem os problemas do baixo rendimento escolar, é necessário conhecer a realidade do aluno. Também não podemos conhecer o desempenho do aluno somente através de provas ou exames, porque segundo o autor, os resultados da aprendizagem não dizem respeito só a dimensão cognitiva, mas também às dimensões afetivas, estética, ética, física. É importante ressaltar que não se deve julgar a escola pelos seus produtos, realizar exames nacionais, provas, modificação dos currículos, são imprescindíveis para promover a qualidade, mas devem ser utilizados como meios de avaliações e não como avaliações finais como é feito.
Atualmente existem três modelos de organização para o aperfeiçoamento do currículo:
 Organizado por órgãos superiores do sistema educacional, onde são definidas metas, metodologias, técnicas, sistemas de avaliações, etc... Onde a visão principal esta no sistema político e não nas necessidades regionais
 Um modelo descentralizado, onde predomina as necessidades do aluno. É onde mais se predomina a participação dos componentes da escola, e a interferência governamental é mínima.
 E a gestão mista, que dá importância aos órgãos de coordenação central, visando uma unidade mínima do sistema escolar, e à a flexibilidade e liberdade em função dos interesses regionais.
Atualmente nossos sistemas educacionais estão voltados para obrigatoriedade da formação mínima do aluno, onde não é considerado fatores externos influentes na formação cognitiva do aluno. A revisão dessas ideias e a reformulação desses currículos, como já dito anteriormente, não serão eficazes se não nos desprendermos a propiciar uma mudança de praticas, com a crença que a igualdade social só será alcançada a medida que todos tomarem a consciência da necessidade da integração de todo um projeto pedagógico, com a participação ativa de todos os componentes da equipe escolar, aparecendo assim os bons frutos desse trabalho
Referência:
Buscando a Qualidade Social do Ensino
Organização e Gestão de escola: Teoria e Prática. 5.ed. Goiânia : M.F livros 2008

Respostas do questionário

Respostas do questionário


1- A partir das experiências de vocês façam uma breve descrição/ análise das seguintes características:
• Aspectos Físicos
Os aspectos físicos de uma escola refletem sua organização cotidiana. Uma escola que não se preocupa com sua estrutura física não oferece tudo que potencialmente poderia oferecer e deixa de observar futuros problemas que poderão surgir devido à falta de organização física.
Salas de aulas amplas, porém o grande número de alunos PR turma faz com que as mesmas fiquem pequenas.
Corredores e pátios pequenos limitam as possibilidades de desenvolvimento dos alunos.
3 das 5 componentes deste grupo, estudaram em escolas públicas distintas e todas as três escolas, possuíam: Quadra de esportes; Refeitório; Sala de vídeo; Biblioteca.
As outras duas componentes, estudantes de escolas particulares distintas, relataram que suas escolas possuíam: Uma ou mais quadra de esportes; Laboratório de informática; Laboratório de ciências; Biblioteca; Cantina.
• Aspectos Administrativos
Envolvem todos os componentes que auxiliam no dia-a-dia do funcionamento do espaço escolar. A comunidade não participa dessa organização, a não ser quando há eleição para diretores, onde dois responsáveis são convocados para compor a equipe da eleição. Já no caso de escolas particulares, não há qualquer envolvimento da comunidade, já que os diretores, muitas vezes, são os próprios donos.
• Aspectos Sociais
Diante do “descaso” de alguns pais em relação ao desenvolvimento escolar de seus filhos, é necessário constantes trabalhos de conscientização de suas responsabilidades e compromissos. Alguns projetos são realizados e nestes, solicita-se a participação da comunidade.
Como por exemplo: Reuniões de pais e alunos.
2- Apresente duas sugestões exeqüíveis para desenvolver cada uma das características de escola eficaz:
• Autonomia da Escola
Envolvimento do diretor, professores e pais, na decisão de medidas que sejam condizentes com a realidade daquela escola.
Desenvolvimento de projetos que vão de encontro com interesses da escola. Exemplo disso: a escola não adotar medidas convencionais, mas criar suas próprias medidas de acordo com seus interesses.
• Liderança Organizacional
Promover grupos de estudos e leituras;
Eleição para representantes de turmas;
Realização de grêmios e gincanas.
• Articulação Curricular
Promover debates. Criar projetos de interdisciplinalidade.
Sugestões de problemáticas e a busca da articulação.
• Otimização do Tempo
Utilização de diferentes ambientes para a prática pedagógica.
Fazer uso de recursos de diferentes tipos, para a assimilação do conteúdo teórico.
• Estabilidade Profissional
Manter profissionais capacitados, promover avaliação de suas habilidades e desempenho para que sejam melhor utilizados .
Estimular o vínculo com a instituição de ensino.
• Formação Pessoal
Promover palestras, que visão a reciclagem, ou mesmo, especialização do professor.
Reuniões onde haja a troca de experiências positivas que possam ajudar na formação do profissional.
• Participação dos Pais
Criação de projetos que visem a participação dos pais.
Coleta de sugestões dos pais para melhorias na escola.
Atendimento aos pais que não podem comparecer nos horários de reunião.
• Reconhecimento Público
Promover divulgação dos trabalhos por diferentes meios. Incluindo a divulgação por meio dos pais e alunos.
Realizar, feiras científicas, exposição artística e outras formas de divulgação do trabalho da escola com seus alunos e funcionários.
• Apoio das Autoridades
A criação de projetos voltados à comunidade.
Projetos que divulguem as atividades da escola.
3- Reflita sobre os elementos da cultura organizacional das escolas com base na sua experiência.
A cultura organizacional das escolas integra um conjunto de elementos ligados que condicionam tanto a sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.
• Bases conceituais e pressupostos (invisíveis) integram os valores sociais, as crenças e ideologias, como por exemplo as condutas individuais para os comportamentos grupais.
• Manifestações verbais e conceituais integram o plano de estudo e a linguagem.
• Manifestações visuais e simbólicas fazem parte física e cultural de toda a arquitetura interna e externa do colégio.
4- Relacione as três áreas de intervenção( escolar, pedagógica, profissional) com o cotidiano da escola.
A área escolar é formada pelos pais, pelas comunidades, pelos alunos pelos professores entre outros, onde estes têm “direitos” a participarem da elaboração de algumas questões do cotidiano escolar. Este é um espaço “reservado” as falas dos pais onde estes são inseridos nas decisões.
A área pedagógica é relacionada relação aluno professor e seus reflexos em sala.
A área profissional é envolve todos os funcionários da escola. É necessário que no dia-a-dia da escola estejam inseridos profissionais de diversas áreas que possam auxiliar nos problemas que sejam qualificados para exercerem tais funções.
5- Escreva uma reflexão sobre a relevância da avaliação das escolas (auto – análise) para o sucesso da educação.
A auto-análise é importante porque através dela o trabalho desenvolvido pode ser problematizado no sentido de avanço para um resultado significativo.
Avaliar na perspectiva de apontar caminhos, questionar resultados. Não no sentido de detectar problemas e só refletir sobre eles, sem uma visão ampla, de mudança concreta.
Isso é extremamente necessário para todo espaço escolar. E o resultado dessa análise é o que vai mostrar o que precisa mudar ou não. Não falamos da escola ser vista por ela mesma, mas por todos os olhares, inclusive o da comunidade em que está inserida. Ver se realmente está atendendo as demandas, se o processo de aprendizagem está sendo assimilado.
6- Reflita sobre as categorias da avaliação institucional e sobre as funções e críticas da avaliação.
As estratégias de avaliação são separadas em externa, que agem no sistema de organização do ensino, mas não se prende somente a isso visando, também, reformas educativas. E dividem da seguinte forma:
• Interna – produção de conhecimento;
• Interna – práticas institucionais;
• Externas – produção de conhecimento;
• Externas – práticas institucionais.
As funções e critérios de avaliação respondem às funções: operatória, permanente, participativa e formativa.
As avaliações devem ser simples e, que permitam um desenvolvimento de projetos futuros e não apenas um balanço do que se foi feito.

domingo, 6 de junho de 2010

Escola da ponte

A escola se encontra em uma área aberta.Os alunos formam grupos heterogêneos,não estando classificados ou agrupados.Não há turmas.Não existe divisão por série.Não há salas de aula,mas sim espaços de trabalho,onde os lugares não são fixos. Possui a filosofia de educação inclusiva.
A instituição surgiu na década de 1970,no desejo de fazer uma escola que respeitasse os interesses individuais dos alunos.
Não há professores por turma, nem orientador , todos os alunos trabalham com todos os orientadores educativos.A escola está organizada em três núcleos:
  • Iniciação
  • Consolidação
  • Aprofundamento

Os orientadores estão organizados por dimensões:

  • Artística
  • Identitária
  • Lingúística
  • Lógico-matemática
  • Naturalista

Instrumentos pedagógicos:

  • Definição dos Direitos e Deveres: a cada ano os alunos decidem, democraticamente, na assembéia da escola,os direitos e deveres que consideram importantes para aquele ano.
  • Assembléia da escola: atividade que reúne todos os alunos e professores,onde são analisadas e votadas medidas para resolver eventuais problemas da escola,visando o bem comum.
  • Comissão de ajuda: formada por quatro alunos responsáveis em resolver o que foi estabelecido na assembléia.
  • debate: acontece todos os dias para que seja colocado o que se fez durante o dia do trabalho, através de jogos.
  • biblioteca: ocupa um espaço comum na área aberta da escola, lugar de encontro de estudo e pesquisa.
  • Caixinha dos segredos: lugar reservado pra que os alunos exponham sua opinião.
  • Caixinha dos textos inventados: local reservado para que os alunos depositem os textos criados,tendo a oportunidade de usarem a sua criatividade.
  • Eu já sei:faz parte do objetivo de desenvolver a autonomia, partindo do processo da auto avaliação.A criança escreve seiu nome na lista, informando que já considera que aprendeu e está pronta para ser avaliada por um professor, só a partir daí a avaliação acontece.
  • Eu preciso de ajuda:a criança é estimulada a buscar todos os tipos de informação, antes de pedir ajuda. Esgotando as possibilidades o aluno pode escrever seu nome numa lista, posteriormente o professor organiza um grupo de estudos para esclarecer dúvidas.
  • Professor tutor:acompanha de perto um grupo de 8 a 11 alunos, dos quais monitora o trabalho individualmentee faz reuniões sistemáticas uma vez por semana . mantém contato estreito com os encarregados de educação.
  • Grupos de responsabilidade:cada aluno e a maioria dos orientadores educativos são responsáveis por algum aspecto do funcionamento da escola.Os grupos reúnem-se uma vez por semana para resolver alguns assuntos e elaboram propostas para serem discutidas em assembléia. Slgumas atitidades atribuídas aos grupos são:
  1. Assembléia e comissão de ajuda
  2. jardim terrário
  3. clube dos limpinhos
  4. Refeitório
  5. Arrumação e material comum
  6. Direitos e deveres
  7. Biblioteca
  8. Jornal
  9. Correio e visitas na Ponte
  10. Jogos de mesa
  11. computadores e música
  12. desporto escolar
  13. recreio bom
  14. Mural, mapas de presença e aniversário.

Os encarregados de educação reúnem-se com a associação de pais para apresentarem as propostas e andamentos do processo.

sábado, 1 de maio de 2010

Danielle de Souza Santos;
Jonathan de carvalho Santos;
Iraci Sabino de Carvalho e;
Kátia Muniz

O aumento da jornada escolar implica uma série de situações que devem ser bem analisadas. Para receber as crianças em tempo integral, é necessária uma estrutura que atenda as necessidades desses alunos (alimentação, saúde, transporte, lazer...). Muitos locais do Brasil ainda não têm condições de fazer esse tipo de trabalho. Será preciso um investimento maciço para atender toda demanda.
A escola, nessa perspectiva, terá suas funções ampliadas. Deverá educar para além da cidadania. É uma responsabilidade enorme. Isto porque na realidade em que vivemos, para uma boa parte das famílias, a escola será a “formadora” ( única) dos seus filhos. Isso acontece porque hoje temos uma estrutura familiar diferente. A mãe sai de casa cedo para trabalhar, quando não saem pai e mãe e acriança fica com outra pessoa ou até mesmo sozinha. Tem escolas que discutem a questão das atividades de casa - se devem ser abolidas ou não. Os pais estão mais ausentes da instituição devido ao trabalho e a mudança de mentalidade social (novas funções e estruturas das famílias).
Como educadores, temos experiências próprias sobre o assunto debatido. Hoje recebemos alunos de cinco e seis anos que não sabem abotoar uma camisa, abrir um iogurte. Coisas básicas que devem ser aprendidas em casa. Sem falar na questão comportamental e de valores. Os pais pensam que a escola deve fazer tudo, tudo mesmo.
Esse projeto de Lei faz pensar que a escola é o único lugar onde se pode “aprender” e “receber educação”. É a transferência total de responsabilidades. Sabemos que não é a instituição de ensino a única responsável pela formação de nossas crianças e jovens.
Por consequência, os educadores terão mais atribuições. Desempenharão um papel mais intenso. Os mesmos sentem-se despreparados. Hoje, nas escolas públicas do Brasil, temos a realidade do professor que para ter uma renda que atenda as suas necessidades, precisa lecionar em mais de uma escola. Muitos, Não fazem formação por falta de tempo. Mas essa questão é de cunho pessoal. O fato é que a capacitação dos professores fica prejudicada seja por esse fator ou por outro. Os professores precisam receber formação de qualidade.
O aumento da jornada escolar não significa o aumento da aprendizagem ou da qualidade do ensino. Pode significar mais segurança com a diminuição da criminalidade – porque as crianças e jovens passarão mais tempo atarefados, afastados da oferta do submundo das drogas, furtos, prostituição. Será então um controle social?

A escola tem a função básica de transmitir conhecimento aplicado, ou seja, um responsável deve ter em mente a ideia que a função da escola é ensinar seu filho a somar, subtrair, multiplicar e dividir, e não que a escola vai resolver o problema dele de não gostar de tomar banho, de falar com a boca cheia de comida ou de retirar secreção purulenta do nariz e colocar na boca, a ampliação das funções da escola fundamental, deve ter também o aumento das responsabilidades dos tutores de cada criança, não adianta o aluno passar o dia inteiro na escola, fugindo da criminalidade e das drogas, e chegar em casa a noite encontrar a mãe com seu sexto ou sétimo namorado na cama, encontrar o pai bêbado e desempregado que espanca a mãe toda noite, ou o irmão sub gerente do PCC, CV, TC ou qualquer outra facção criminosa. Não há Educador milagroso que resolva esses problemas, aumento sim das responsabilidades dos responsáveis, da escola e do governo dando condições a todos sem exceção de cumprirem com elas.
Precisamos é de uma reforma no nosso sistema educacional, temos um sistema que trata um individuo como um objeto dentro da sala, onde despejamos conhecimento e ali ele fica guardado, e ainda classificamos em bons, ruins, péssimos e aqueles que não possuem mais jeito. Determinamos o destino dos alunos, sem ao menos nos considerar a situação social de que eles provêem, ou se eles passam por problemas familiares, psicológicos, etc.
A escola pode constituir uma instituição que poderá promover experiências
transitórias, buscando competências de comunicação que direcionam ao
entendimento do aluno. Segundo alguns autores da área educacional, a prática pedagógica deve levar em
consideração as diferenças culturais e ser capaz de absorver as diversidades
culturais. Uma escola voltada para as diversidades culturais e direcionada para uma
educação multidimensional atenderá ao ideal democrático de educação para todos.


A escola fundamental tem como função trazer a tona os aspectos pessoais, educacionais e de âmbito político. Porém é preciso uma análise da posição da escola no
contexto político para que não haja divergências sobre o papel da
instituição, assim a concepção de educação assumirá o papel político e não
permitirá que a escola se situe na esfera privada e nem situada na esfera
pública. A escola representa o mundo a ser descoberto pela criança que precisa
estar preparada para desbravá-lo.
Como exemplo: o comportamento que se espera do aluno na escola tradicional é
o de negar a sua identidade cultural, é de seguir o mesmo padrão de ensino
sempre, ou seja, assim o aluno não encontra o papel que lhe cabe no mundo;
diferentemente da escola multidimensionais que permitem novas experiências que
enriquecem o currículo escolar e antigos tabus serão derrubados, uma vez que
novas ideias são apresentadas e trazem a tona debates que permitirão a troca de
experiências, a argumentação e a discussão de conceitos como obediência e
submissão que já não cabem na escola multidimensional.

terça-feira, 30 de março de 2010

Qual importância das novas tecnologias para a educação contemporânea ?

Como início de reflexão,escolhi ser sincera. Falar a verdade é sempre um bom começo. Como educadora sempre tive o pensar como prática constante. O cotidiano nosso não é nada fácil. Eu escolhi ser educadora para fazer a diferença. Acredito na força da educação e no seu papel transformador. No meu trabalho ,utilizo alguns recursos de mídia para acrescentar no fazer pedagógico. Mas nunca pensei que as tecnologias tivessem uma força tão significativa. Isso acontece porque eu sempre neguei um pouco toda essa inovação. Faço uso das mesmas por necessidade. Em se tratando de computador então...Tenho muita dificuldade, e transferi um pouco disso para minha prática. Mas ao entrar na Universidade,tive a oportunidade de participar de uma discussão que me ajudou a refletir profundamente ( texto escrito pelo professor Ivan:"Mídias e formação de professores:percalços e alternativas").
Primeiro sai da aula com um aperto na garganta pensando que tudo é culpa do professor.Porém não é bem dessa maneira. Ao colocarmos o assunto em questão concluímos que o professor precisa de uma formação para que ele aceite e passe a fazer uso desse suporte.
Quando parei para ver sob essa perspectiva tudo começou a fazer sentido. Eu trabalho em uma comunidade carente. Onde os sonhos precisam ser lembrados a cada dia para as crianças que vivem em meio de um pesadelo constante: fome, desemprego, falta de interesse dos pais pela escola. Resumindo: a escola é a única esperança para eles . Sou nova nesse lugar. E é tanta coisa que vemos que ficamos parados muitas vezes sem saber o que fazer. Através de tudo isso vi que essa realidade, apesar de ser pesada ,estava em meio à esse turbilhão de informações e tecnologias.
Fui para casa e pensei em uma maneira de saber como isso se fazia presente na vida dos meus alunos. Formulei várias questões como por exemplo: quem tinha celular e se sabia para que servia; quem tinha computador,internet e se sabiam como usava...
O resultado me surpreendeu. Mesmo não tendo acesso a esse tipo de tecnologia ,eles têm o contato. Muitos usam celular de alguém da família,freqüentam Lan House. E, surpreendentemente, a metade da turma tinha orkut. Aproveitei o gancho e fiz um trabalho. Pedi para cada um levar uma caixa de sapatos. Ela seria o computador. Dei uma folha para cada um reproduzir o que mais gostavam na internet ou de fazer em um computador. Depois, levei um teclado para a sala de aula e o reproduzi no quadro. Eles copiaram. Fui mostrando os símbolos. Falando da importância de se conhecer o alfabeto para utilizar o computador (estou trabalhando a importância do alfabeto).No final as folhas foram coladas: a capa da caixa foi o teclado e a outra parte a tela. Eles adoraram e depois ficaram brincando com a sucata construída.
Essa é a importância das novas tecnologias: criar possibilidades,dinamizar. E,para nós educadores é um meio de ampliar o nosso fazer pedagógico.